Direto do túnel do tempo, trouxe para vocês uma lista com 10 filmes de fantasia que fizeram a alegria da minha infância e de uma forma ou de outra me transformaram na pessoa perturbada que eu sou hoje. Filmografia básica e essencial para entender porquê eu sou assim. Vamos a eles.
“Nascido com a coragem de uma águia, a força de um tigre negro e o poder de um deus”.
Começando em grande estilo, um filme pra lá de brega que não tinha o menor medo de ser quem era. Depois de receber uma profecia de que morreria diante do príncipe do reino, o sumo sacerdote planeja mata-lo (sem novidades aqui), mas seu plano é descoberto pelo rei que o exila. É claro que o bruxão não ia deixar por menos então envia uma feiticeira para terminar o serviço. É aqui que fica bom… a assassina usa seus poderes para (respira) teletransportar o feto do príncipe para o útero de uma vaca (expira), mas acaba sendo detida antes de conseguir mata-lo. A criança cresce com a capacidade de conversar telepaticamente com qualquer animal, até o dia em que sua aldeia é massacrada pela horda do sacerdote e ele parte em busca de vingança ao lado de seus companheiros, Sharak (uma águia), Kodo e Podo (dois furões) e Ruh (um tigre negro). Daqui pra frente vocês imaginam, ele se apaixona por uma ruiva (check!) que vai ser sacrificada (double check), tenta atacar a cidade, faz amigos aliados no caminho, o pau come, ele vence, descobre que é o príncipe mas abdica do trono por amor e para ficar com seus amigos. Na cena final, descobre que Podo, deu a luz a dois furões. Sério, furões são maneiros.
Galen é um atrapalhado aprendiz de feiticeiro que não faz nada direito (aqui vamos nós) e vive tentando se provar para o seu mestre que o acha um imprestável. Um dia um grupo de aldeões vai até o feiticeiro pedir ajuda para enfrentar uma ameaça. Em troca de poder e paz ao reino duas vezes por ano o Rei faz uma loteria para escolher uma garota virgem que será sacrificada ao Dragão (sério gente, vou cansar de digitar isso até o fim do artigo), mas calma, o filme não é tão ruim quanto parece, juro. Os efeitos práticos são bastante descentes para época, misturando stopmotion e animatronics para fazer o dragão que se chama (Tá sentado?) Vermithrax Pejorative. Os feitos foram tão bons que tiveram até uma indicação ao Oscar, mas a parte que eu mais gosto da história é seu contexto político (pensou que não ia ter crítica social foda? Pensou errado, rapá!). Durante o filme descobrimos que na verdade o Rei usa o dragão como forma de manter o povo sob o controle e que a loteria é uma fraude. Por essa vocês não esperavam, né? O filme da Disney destoava dos outros filmes do estúdio na época por causa das cenas de violência. Para você ter uma ideia, G.R.R. Martin disse em uma entrevista que este é um dos seus filmes favoritos. Tire suas conclusões.
Willow Ufgood, é um simples fazendeiro em uma vila de anões que sonha em ser feiticeiro, ao lado de sua esposa e seu filho. Um belo dia ele encontra na beira do rio um cesto com uma criança dentro e relutantemente resolve cria-la para agradar a patroa. O que ele não sabe é que aquela é a princesa do reino, que escapou das garras da morte graças ao sacrifício da sua mãe. A criança nasceu com uma marca que segundo a profezzzz… (desculpe) segundo uma profecia anunciaria aquela que traria a derrota de uma feiticeira muito muito má.
Mesmo querendo ficar com a criança, os sábios da aldeia determinam que Willow deve entrega-la para os homens grandes e ele parte nessa aventura com alguns companheiros. No caminho, eles acabam encontrando a ajuda de um guerreiro e ganham de presente da rainha das fadas uma varinha mágica que da a Willow aquilo que ele sempre sonhou. A jornada deles, como você pode imaginar, os leva direto para o covil da feiticeira onde Willow derrota a feiticeira em um duelo de magia com um truque pra lá de ordinário e nada mágico. Willow volta para casa com um livro de magia para se tornar um verdadeiro feiticeiro e deixa a criança sob os cuidados do guerreiro e da filha da bruxa (que é ruiva), que prometem cuidar dela até que tenha idade para assumir o reino. Responsabilidade parental zero aqui.
A promessa de uma continuação do filme já tem vários anos, mas ao que tudo indica Willow vai se tornar uma série no Disney Plus, com Warwick Davis reprisando seu papel como Willow Ufgood e eu, é claro, estou ansioso para assistir essa preciosidade.
O filme de 1981 é considerado uma das melhores adaptações das lendas arturianas para o cinema até os dias de hoje. Depois de receber a espada Excalibur das mãos do mago Merlin para unificar a Britânia, Uther Pendragon faz merda e acaba provocando a ira de outros senhores feudais, acabando por ser emboscado e morto. Antes de morrer, porém, ele crava sua espada na pedra de onde ela só sairá pelas mãos do verdadeiro rei. Todos conhecem a história. Todos tentam recuperar a espada até que Arthur, filho bastardo de Uther, realiza a proeza sendo considerado rei, mas não sem precisar lutar para unificar seu reino. Arthur se prova um rei sábio e benevolente, até que se casa com a jovem Guinevere, e precisa encarar a dor de corno quando seu melhor cavaleiro passa a nutrir sentimentos pela rainha. Como o fruto não cai muito longe da árvore, Arthur também dá suas escapulidas, uma delas com Morgana, sua meia-irmã, do onde nasce Mordred, que passa a cobiçar o trono. Quero ver a Márcia resolver esses casos de Família aqui. Excalibur é baseada na obra de Sir Thomas Malory, “A Morte de Arthur”, um dos grandes responsáveis pelo renascimento das lendas arturianas, resgatando algumas lendas francesas do século XII. O livro foi escrito em 1469 quando Malory cumpria pena na prisão, em Londres. Sir Thomas era uma um cavaleiro, real e oficial e foi condenado a prisão por emboscar o Duque de Buckingham, antes de ser preso, Sir Thomas e seus companheiros tocaram o terror na Inglaterra, roubando e saqueando, ele entrou e saiu da prisão tantas vezes que eu duvido que Arthur o aceitaria em sua távola. Ou talvez sim.
Não, eu não estou falando do filme de 2010, mas de sua versão anterior de 1981 com todo o charme que só o stop motion raiz pode trazer, um dos últimos trabalhos do animador Ray Harry Hausen responsável por “A Invasão de Discos Voadores” , “As viagens e Gulliver”, “Mil séculos antes de Cristo” e três filmes do marinheiro Simbad, que por si já valem outro post, entre outros tantos clássicos.
Fúria de Titãs é uma história sobre os Deuses e seus filhos semi-deuses. Perseu é um dos filhos de Zeus, o deus menos fiel de toda mitologia, criado entre mortais e precisa enfrentar o enigma de Calibos, filho da deusa Tétis, amaldiçoado por Zeus que graças a sua mãe vingativa passa a atormentar sua ex-noiva Andrômedra, impedindo-a de se casar. (Sério gente, Joõa Kleber ficaria em choque na Grécia). Perseu vai acabar no reino de Andrômedra e para romper a maldição da princesa, recebe presentes dados pelos próprios deuses. Perseu decepa uma das mãos de Calibos, que vai chorar no ouvido de sua mãe, que para vingar o filho solta o Kraken para destruir o reino de Andrômeda. Sobra pro Perseu resolver novamente a treta e para isso ele precisa enfrentar nada menos do que a Medusa, novamente com um empurrãozinho do Papi e da deusa Athena, que dá para ele todos os privilégi… digo, presentes para ajuda-lo em sua missão. Entre todos, Bubo, uma simpática coruja mecânica forjada por Hefesto, que o acompanha durante toda viagem e que foi meu desejo de consumo durante a infância. No fim, ele mata os monstros, casa com a princesa, e ganha suas estrelas no céu como recompensa do seu pai, orgulho da família.
OK, esse artigo acabou ficando muito grande, então vou dividi-lo em duas partes. Daqui para frente a coisa fica séria e se você não assistiu os próximos filmes, nós não podemos ser amigos. Para ninguém dizer que eu sou injusto, vou dar a vocês a chance de correr para sua máquina do tempo, desembarcar na década de 1980 e preencher as lacunas antes publicar o TOP5 dos filmes de fantasia que fizeram a minha infância. Alguém chuta quais são? Deixe nos comentários.
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