O primeiro grande estudo mundial sobre o DNA felino revelou que os primeiros ancestrais dos nossos amigos peludos tiveram origem na Eurasia e Africa ao mesmo tempo que os primeiros fazendeiros o que foi facilitado pelos marinheiros, incluindo os vikings.
Cientistas sequenciaram o DNA de 290 gatos de mais de 30 escavações arqueológicas através da Europa, Oriente Médio e Africa, incluindo os restos de um gato em um cemitério viking no norte da Alemanha.
“Existem tantas observações interessantes nesse estudo,” disse o geneticista populacional Pontus Skoglund da Harvard Medical Scool (EUA). Skoglund não estava envolvido na nova pesquisa, mas ele viu os resultados apresentados durante uma conferencia em Oxford (UK).
“Eu não tinha ideia que houvessem gatos vikings.” Ele disse.
Gatos são um tema recorrente na mitologia nórdica, disse Jes Martens do Cultural History Museum in Oslo.
“Freja, a deusa do amor, tem dois gatos que puxam a sua carruagem. E quando Thor visita Utgard, ele tenta levar o o gato gigante de Utgard-Loki. Ele se transforma em uma serpente, a serpente de Midgard, que nem mesmo Thor pode erguer,” disse Martens.
Se os Vikings tinham tantas histórias envolvendo gatos, faz perfeito sentido que eles levassem gatos com eles em viagens longas, ele disse.
Nesse novo estudo, foram retiradas amostras dos restos mortais de gatos de datas recentes, como o século 18 até a distante Idade da Pedra, cerca de 8,9mil a 3,9mil anos atrás, quando os europeus ainda não tinham adotado a agricultura e ainda ainda possuíam um estilo de vida de caçadores e coletores.
Os cientistas por trás desta nova pesquisa descobriram que estes gatos se espalharam ao redor do mundo em duas ondas.
A primeira onda chegou aos primeiros fazendeiros no ocidente do mediterrâneo, como indicam os cemitérios de 9.5 mil anos em Cyprus. Ele contém restos de gatos e sugerem que a relação entre humanos e gatos tenham origem lá atrás, no inicio da agricultura.
A segunda onda aconteceu duzentos anos depois, quando os gatos do Egito rapidamente se espalharam pelo resto da África e Asia. Seus marcadores genéticos foram descobertos em gatos na Bulgaria,Turquia, na África Sub-Saariana por volta do mesmo tempo.
Os cientistas por trás do novo estudo especulam que a amizade entre pessoas e gatos surgiu quando os primeiros fazendeiros passaram a estocar os grãos. Os grãos atraíram os roedores, que atraíram os gatos, dando origem a relação benéfica com os nossos amigos felinos.
Gatos também ajudaram a manter o baixo número de ratos e camundongos em navios, durante longas viagens no mar, disse a autora principal Eva-Maria Geigl, geneticista evolucionária do Institut Jacques Monod, Paris (FR).
Ela pontua que os cemitérios Vikings, descobertos no norte da Alemanha, remontam algum período entre os séculos VIII e XI.
Kristian Gregersen, conservador do Natural History Museum of Denmark conduziu uma pesquisa no banco de dados dos achados arqueológico do museu e não tem dúvidas que os gatos eram comuns na Era de Ferro Viking da Dinamarca e que as pessoas costumavam vestir peles de gato na Era Viking.
De acordo com o arqueólogo Christian KOch Madsen, do National Museum on Copenhagen e National Museum in Nuuk, Greenland, também existem evidencias arqueologicas que gatos chegaram a Groenlândia.
“Eles precisam ter vindo a bordo de navios Vikings,” ele escreveu em um email para a ScienceNordic.
Veja o arquivo original em inglês no site da ScienceNordic.
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