#EspalheFantasia foi uma iniciativa do grupo Livros de Fantasia e Aventura no facebook e conta com blogueiros, leitores, escritores, todo mundo ligado ao universo dos livros fantásticos que topou participar. Se vocês também quiserem participar, copiem essa imagem e usem a #EspalheFantasia para listar cinco séries fantásticas inesquecíveis. Como já falei sobre muitos dos livros que me influenciaram aqui e aqui, resolvi escolher alguns livros que por um motivo ou outro não entraram nessas listas e que talvez não sejam tão conectados com Chamas do Império assim. Espero que gostem.
Talvez a primeira obra fantástica que eu tenha lido fora da coleção vaga-lume e cachorrinho Samba, O Único e Eterno Rei conta a história do jovem Arthur, sua coroação, reinado e morte e formou a base do que muitas pessoas conhecem sobre O Rei de Camelot. O Obra foi um resgate das lendas arthurianas e se tornou por muito tempo a edição definitiva sobre os cavaleiros da Távola Redonda. A série é composta de cinco livros: A espada na Pedra, A Rainha do ar e das sombras, O cavaleiro imperfeito, A chama ao vento e O livro de Merlin (que muitos não consideram parte da série por ter sido publicado postumamente e ser considerado mais um manifestado anti-nacionalista do que um livro. Toda obra de T.H. White é extremamente politizada e discute os horrores da guerra. Merlin criado pelo autor é meu favorito, um mago que nasceu de trás para frente, e que se lembra do futuro mas não tem memória do passado. Inserindo diversas frases e contextos anacrônicos com o período em que se encontra o livro. Uma leitura deliciosa.
É o primeiro romance de Gaiman, que já era roteirista de quadrinhos quando o publicou. Em uma entrevista o autor disse uma vez que sente um pouco de vergonha desse livro por considera-lo muito cru, mas é uma das histórias dele que eu mais gosto. Uma fantasia urbana que leva Richard Mayhew, um jovem escocês incrivelmente chato, através de uma aventura em uma Londres-de-baixo, onde vivem monstros, assassinos e outras criaturas assustadoras. Richard é Neo entrando na matrix, ou Alice pelo buraco do coelho. O livro sempre me lembrou o filme Os Aventureiros do Bairro Proibido, com o personagem saindo de uma encrenca para cair em uma outra maior. Intencionalmente ou não, Lugar Nenhum me parece um prenuncio de Deuses Americanos, uma das obras mais famosas de Gaiman. Um autor que para mim está escrevendo uma grande saga em um único universo magico que bem pode ser o nosso. Ou não.
Falando em Fantasia Urbana, Lev Grossman nos presenteou com Quentin Coldwater, um jovem nerd problemático que além dos truques de magia tem como único prazer a leitura de uma saga infantil sobre um trio de irmãos que vai parar um país mágico com animais falantes. Tudo mudo para Quentin quando ele recebe um chamado para ingressar numa escola de magia. Sei que tudo isso parece familiar, e é nessa brincadeira citando livros conhecidos ou quase conhecidos que Lev conta a história uma história que podia ser bem uma mistura de Harry Potter com O Apanhador no Campo de Centeio. A comparação com o a obra de Rowling para mais ou menos por ai. G.R.R. Martin definiu a obra da seguinte forma. “Os Magos está para Harry Potter como uma dose de uísque puro malte está para uma xícara de chá.” O mundo de Grossman é muito mais sombrio, como uma perversão das histórias de criança.
Um grupo de mercenários é contratado pela Dama para lutar contra as forças rebeldes da Rosa Branca que desafiam o seu poder. Podia ser outra história de fantasia, mas acaba sendo algo diferente. Cook é um ex-militar que coloca toda a sua experiência em campos de batalha nas suas páginas. As descrições das longas e monótonas caminhadas sempre na expectativa do ataque dos insurgentes, poderiam funcionar tanto nas paginas do livro quando em qualquer documentário sobre a invasão do Iraque. Os protagonistas são esses seres sombrios e alquebrados que fazem o que fazem por dinheiro ou por hábito e que as vezes são tão ruins quando os antagonistas. Não existem mocinhos, o que sempre me encanta. São só um bando de canalhas desgraçados tentando sobreviver no mundo na melhor forma possível. Se você gosta de personagens sacanas, talvez goste desse livro.
Não é uma série, infelizmente, embora eu continue a me enganar dizendo que li o volume 1. Talvez o melhor livro de fantasia que eu já tenha lido e eu entendo perfeitamente bem o qüão séria é essa afirmação. É uma pena que a obra de Clarke tenha meio que desaparecido dos fóruns e prateleiras dos leitores no Brasil. Nem mesmo a bem elaborada adaptação em formato de mini-série que saiu em 2015 pareceu dar fôlego a série. Uma injustiça que eu não consigo compreender. A história se passa na Inglaterra durante as guerras napoleônicas, mas não em uma Inglaterra qualquer. Uma que um dia foi a maior potencia mágica do mundo sob o reinado do Rei Corvo e que, desde o seu desaparecimento, parece ter simplesmente esquecido a magia, até que uma profecia surge sobre dois magos que vão restaurá-la aos britânicos. Se os Magos é uma mistura de Harry Potter e O Apanhador no Campo de Centeio, como dissemos, então Jonathan Strange & Mr. Norrell é Deuses Americanos com Orgulho e Preconceito, numa mistura tão divertida que você não vai querer que acabe nunca, levando os personagens através das trincheiras de guerra na Europa ocupada pelos franceses ou nos bailes de gala da aristocracia londrina, tudo isso tão bem aclimado em um universo magico, com magos, profecias, espelhos mágicos e criaturas folclóricas que você vai ficar na dúvida se a vida na Inglaterra não foi assim de verdade. Eu espero que sim.
E vocês leram algum livro dessa lista? Para ler mais sugestões de séries fantásticas, acompanhe a hashtag #EspalheFantasia, ou acesse a lista dos blogs participantes.
Autores: Ana Lúcia Megerege, A Estante Mágica; Caroline Defanti; Daniella Rosa; Diego Guerra; Janayna Bianchi Pin; Luiz Paulo G. Faustini; Peterson Rodrigues. Blogueiros: Allenylson Ferreira; Anderson Tiago; Carla Cardoso; Denise Flaibam; Felipe Silva; Fernanda Castro; Francisco Neto; Gabrielle Vizcaino; Isa Prospero; João Vitor Gallo; Lais Helena Serra Ramalho; Leo Alcântara; Marcelly Nascimento; Maria Leite; Mariana Palma; Orlando Simões; Paulo Vinicius; Pedro Anubitt Fenris; Phellipe Pompilio; Priscila Caraça Mantovani; Renan Bernardo; Vagner Stefanello. Leitores: Alexander Weber; Alexia Bittencourt Ávila; Alisson Bonatti; Ana Beatriz Rausse; Arthur Medeiros; Claudio Nigro; Daniel Andrade; Daniel Machado Thomaz; Dhiego Morais; Emanuel Savegnago Maziero; Emerson Ferreira; Gabriel Augusto; Hugo Tavares; Isabella Mori; Jaqueline Cruz; Jefferson Alberto Ferreira; Junior Dias; Lays Colombelli; Léo Tupinambá; Rodrigo Stahl; Tamyres Britto; Timóteo De Rezende Potin; Wilker Sousa. Vlogueiros: Eduardo Costa de Paiva; Priscila Caraça Mantovani; Priscila Gonçalves
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