grafomaníaco
On December 3, 2009 | 0 Comments

Sou um homem doente. Jogado ao mundo com letras explodindo em minhas veias. Quando abro os olhos pela manhã, vejo frases inteiras se formando diante de mim, tentando por ordem em meus sonhos. Até pensei, por um tempo, que poderia viver longe de tudo isso. Achei que poderia me sentar tranqüilamente e deixar a doença morrer em mim, as letras se apagarem.

Faz um ano. Faz mais de um ano. Eu fechei as páginas aleatórias do meu mundo e pensei que estava acabado, não haveria mais nada a dizer. Fui feliz por um tempo. Troquei um vício por outro, aprendi a desenhar, como se nos pincéis e tintas pudesse balancear o que a partir de então ficaria dormente. Me tornei tóxico, lentamente, envenenado pelo que não dizia.

Estou de volta a minha doença. Aleatório e instável. Estou pronto a escrever, sem sentido algum, apenas para saciar o nervoso dos meus dedos, dando um sentido bizarro de ordem ao meu mundo. Estas páginas gastas, que não me levam a lugar algum, são o melhor de mim. Meu mundo particular, onde nada precisa ter nexo.

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