O cachorro anunciava a visita do carteiro e eu corria para a porta de casa para revirar a caixa. Folhetos de pizzaria, santinhos políticos, catálogos de vendas e envelopes burocráticos cheios de contas que faziam meus pais bufarem. Eu minerava a correspondência como um caçador de pepitas de ouro, até encontrar um envelope manuscrito com o meu nome e então uma porta para outro mundo se abria. A vida e os pensamentos de alguém que não estava ao meu lado.
É difícil explicar a preciosidade daquele momento. Em um mundo onde estamos sendo bombardeados por informação o tempo inteiro, algo especial se perdeu. Pelo menos para mim.
Foi assim que o Gazeta Ordinária nasceu. Um boletim informativo sobre literatura fantástica, ficção científica e terror, mas também um espaço para falar com os leitores sobre alguns pensamentos do o dia-a-dia. Sem pretensões. Apenas mais uma carta em sua caixa de correio que você decide se deve abrir, ler e responder.
Neste envelope você encontra contos inéditos, dicas de livros e filmes, um pouco da minha rotina e fotos dos dois monstrinhos que dormem no meu sofá e me acordam pela manhã pedindo carinho na barriga. Espero que você abra, mas se você não quiser, não precisa.
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