Esse trecho é uma lista que resume o conteúdo do livro “Como escrever diálogos” de Silvia Adela Kohan e dá uma boa idéia do conteúdo do livro, além de serem, por si, ótimas dicas para os erros mais comuns enquanto escrevemos.
Definir a intenção do relato,
Fazer a ficha completa dos personagens sabendo quem são eles, saberemos como eles falam.
Decidir se a ambientação prepara o diálogo ou se do diálogo surge a ambientação: saber a causa da nossa escolha.
Dosar a informação: não acumular informações importantes na forma de inventário, de modo explicativo e direto, mas diluí-las ao longo dos diversos discursos.
Só pontuar o diálogo com interjeições e interrogações se for realmente necessário.
O diálogo deve ser real para nós e verossímil para o leitor.
Não recorrer à nossa experiência pessoal, mas a personalidade inventada, que não pertence a realidade e é independente do escritor.
Não fazer os personagens dialogarem em vão, por mais tempo do que o episódio requer.
Não abusar do verbo “dizer”. Evitar o uso dos verbos dicendi no estilo direto, sempre que sua eliminação não leve a equívocos.
Não informar sobre a biografia dos personagens pelo diálogo, a menos que um dos personagens necessite desta informação: seria um mecanismo falso, pois os que conversam entre si já sabem, em princípio, quem é o interlocutor.
Avaliar se, numa cena, faltam diálogos ou há diálogos em excesso.
Atenção aos dialetos. Se vamos utilizá-los, é importante garantir que o leitor poderá interpretar corretamente o significado das falas.
Intercalar o verbo “dizer” – “eu disse”, “ele disse”, “ela dizia” – com outros verbos mais precisos, sobretudo quando o personagem faz ou diz algo de um determinado modo.
Tentar mostrar as emoções que assaltam o falante, e não simplesmente mencioná-las.
diegoguerraDiego Guerra é formado em Produção Editorial pela Anhembi Morumbi e em roteiro pela Academia Internacional de Cinema. Trabalha como designer e é fã de literatura fantástica e romances históricos. Passou os últimos quinze anos escondendo suas obras nas gavetas, mas resolveu que já estava pronto para contar suas aventuras. Autor do Teatro da Ira, A Lenda do Mastim Demônio, O Gigante da Guerra, além de diversos contos para antologias e artigos sobre literatura fantástica e dicas de escrita criativahttp://diggs.com.br