Havia um corpo calado no chão. Só um corpo morto seria capaz de tamanho silencio. Esperei pelo barulho que ele faria quando despencasse no assoalho, mas ele nunca veio. Em seu lugar, apenas um segundo tremulo ao tocar o sangue, um minuto incrédulo no apagar das luzes de seus olhos e horas sem conta enquanto o corpo calado se esparramava pelo piso, esfriando lentamente. Nenhum remorso. Somente uma estranha e melancólica curiosidade sobre se aquele corpo tinha uma alma e sobre onde ela estaria escondida. Limpei o suor do bigode, sentindo o cheiro do sangue em meus dedos e me ajoelhei diante do cadáver com a faca na mão para começar a procurar.
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